segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Aaaaaaaaaalll that JAZZZ

Mais uma vez Samuel Sapristi enche nosso dias de música! Espero que gostem!

As vezes um quer mas não pode, as vezes pode e não consegue separar esse segundo, não consegue ter vontade de ter vontade..as vezes só passam os dias…nos passam por acima sem que façamos o que pode valer a pena…um mínimo esforço…e por isso qualquer dia é bom para voltar, como as golondrinas…como uma velha canção que alguem assovia pela janela do quarto, pela tela, pela janela..., no metro, na loja de hortifrúti...

E como um assovio chega a Historia do século XX, e junto a ele...a de sua música, agora que muitos pretendem adorar como a dioses aos ídolos embalsamados do Pop e sua cultura, me toca reivindicar a que sem duvida, por presença, extensão, influencia, legado cultural e trajetória, é em essência a Música do século...Aaaaaaaaaalll that JAZZZ...

Aproveitando ou seguindo a estela da Dass na expo sobre a história do Jazz e associações do CCCB de Barna….hoje quero fazer minha jogada trendy em algumas das "novas" propostas...dentro da tradição sempre evolutiva do mundo do jazz (que de fato, segue muitas similitudes com a moda do século)..

Qualquer um pode mergulhar nos inumeráveis e dorados nomes dos pioneiros, os protobluesistas, beboperos, dixies, swingistas, hotters, coolers, revolucionadores, funkers, frees, avant garders...que desde os anos 20 aos últimos do século foram escrevendo os distintos grandes momentos criativos e todas as influências que determinaram o jazz na historia musical de 100 anos de cultura mais ou menos popular, mais menos culta.

Eu agora, quero propor alguns nomes, que sem ser desconhecidos, podem ser menos familiares para alguns, por atuais, o porque suas propostas ainda estão sendo assimiladas nos seus tempos musicais...Umas são vanguarda, outras são propostas originais ou com pedigree regional, mas acho que todos são interessantes como um complemento fresco e chamativo, pra combinar com qualquer clássico, estândar, histórico do gênero...

MMW, compostos pelo teclista John Medeski e os baixista e bateria, Chris Wood e Billy Martin, são uma de essas propostas sempre vibrante e atual.Precursores e ainda avezados mas menos conhecidos dentro e fora do exteeeeenso universo Acid Jazz, onde nomes como James Taylor, Down to the Bone, Jazzanova, Erik Truffaz, ou mesmo Jamiroquai, tiveram mais repercussão.....sendo que muitos deles devem muito a MMW. Sempre em movimento com seu entorno, jogando com a eletrônica, e sem renunciar tampouco a um frenético Grooooove...Acabaram de sacar seu Radiolarians III, imprescindível como sempre: aqui e aqui.

Na linha realmente inovadora e ultra vanguarda, com misturas com folks tradicionais esquecidos, e com a eletrônica experimental, temos ao gênio noruego (Por quê Noruega tem taaantos experimentadores musicais?)...pra repassar também toda sua variada discografia:aqui e aqui.

Desde o selo Tru Thoughts, um dos mais frescos dos que procuram uma batida e sons vintage de vinilos polvorentos ao borde do século 21, som muitas as propostas com influencias ou lembranças do jazz, mas tanto o revival de bairro da sofrida Hot 8 Brass Band (aqui e aqui)como o "elegance funk" da Quantic Soul Orchestra, tem parte do protagonismo na recuperação da parcela mais rítmica e animal da herança Jazz...

Tô obrigado a mencionar os diversos resgatadores e talentos japoneses nas diferentes vertentes (Lembram do post WWWW. WELCOME to the WORLD WIDE of WOMEN) do prodígio de Hiromi Uheara, aqui junto ao maestro da modernidade tradicional, Chic Corea...

Ainda que junto a históricos como Casiopea e muitos funkers realmente imparáveis, se juntam hoje, revivals incontestáveis, como os frenéticos émulos swing e funk das big bands: Seatbelts ....ou Osaka Monourail....e bandas mais sofisticadas e no olho da vanguarda como Quasimode ou Indigo Jam Unit.

E na linha dos jovens talentosos e sofisticados...existem muitas bandas, catalogadas no aaaamplo universo do nu, ou acid jazz, e que tem distintas e interessantes propostas. donde destacam "clássicos" como os britânicos Herbaliser ou Cinematic Orchestra e onde já destacam novas figuras entre a eletrônica e o talento pra o jazz, inovadores e deslumbrantes como os jovens austríacos de Dorian Concept.

Como alternativa a elegância britânica floresce a nova tradição reconvertida em distintos focos musicais norte-americanos, onde os novos jazzmen, falam a língua da rua também...conhecem o que foi a inovação tecnológica com o mesmo sabor dos avôs...na eletrónica ou o hip hop, o house...De aí nascem figuras ou projetos que tentam ligar as vezes a tradição jazz com um sonido mais duro, ou rejuvenescido, mas sempre com muiiiito sabor e gosto Roy Hargrove e seus RH Factor...Os distintos projetos do selo Ropeadope, sobre tudo os Philadelphia, Detroit e Harlem Experiment...com músicos de ontem e hoje misturados de maneiras muito frescas.

Voltando a casa, pra quebrar com modernidade...através do respeito as tradições, incluso as mais férreas tradições, coisa que inevitávelmente os levou ao centro da modernidade de mais qualidade e personalidade....aponto também alguns dos artistas que mais repercussão tiveram nos últimos anos na criação de um Jazz espanhol com denominação de origem,...reconhecidos por algumas das figuras mais insignes do jazz atual do mundo entero...

Sem dúvida 3 nomes brilham com luz própria por sua trajetória junto ao Camarón ou Paco de Lucía nos inícios e havendo assimilado toda a maestria da tradição, levando isso a uns níveis de fusão que poucos artistas conseguem com essa qualidade: Jorge Pardo, junto á Carles Benavent e Tino di Geraldo e com eles....outros como Antonio Serrano, Diego Amador ou o dominicano Michel Camilo ...Ouça aqui, aqui e aqui

E não posso despedir-me sem mencionar tb os alter egos mais jazzys do gênio maestro da Stones Throw, conhecido como Madlib no territorio black e hip-hop, pero que não em vão foi chamado pela Blue Note pra o disco Shades of Blue.Baixo seu alias mais jazz com o Yesterdays NewQuintet esconde ainda um enorme potencial.Recentemente , com apelido Jackson Conti, e junto ao Mamão de Azymuth lançou outro disco com reminiscências brasileiras e sons de jazz bem dusty, resgatando muito do esquecido nos vinils mais amadurados... ouça aqui, aqui e aqui

Mais textos de Samuel Sapristi aqui e aqui!

As imagens que ilustram este post pertencem ao livro Jazz Covers, da ed Taschen. Dá uma folheadinha nele aqui!

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