segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Especial Street Art: entrevista Antonio Bokel (RJ)


Antonio Bokel é um artista plástico carioca que tem a Rua com influência. Descubra mais sobre ele na entrevista exclusiva para o Cajon que você lê abaixo. Para acessar o flickr de Antonio, clique aqui.

Quando você trocou a carreira de modelo pela arte? e como começou seu envolvimento com o meio artístico?
Na verdade minha carreira de modelo foi muito curta , tinha 17 anos e tinha uma namorada que era modelo, ela me convenceu a fazer umas fotos para ganhar dinheiro e como sonhava em viajar pelo mundo achei uma boa idéia. Mas não me adaptei ao meio e logo depois entrei para faculdade de design, e adorava, ai minha veia artística saltou de vez. Não acho que tenha trocado a carreira de modelo pela Arte, pois ela sempre esteve dentro de mim, só estava experimentando caminhos tendo experiências, mas nunca me senti realmente um modelo.

Apesar de seu trabalho ser mais 'enquadrado' em artes plásticas, é visível uma influência da 'street art'. O que exatamente mais te chama atenção na street art? E de que forma isso influencia o seu trabalho?
Acho que o termo Artes Plásticas engloba uma possibilidade maior de produção sem rótulos, e prefiro não
ser rotulado, porque quando você é rotulado você fica preso ao rotulo, por exemplo, se você é um grafiteiro todos vão esperar sempre de você um grafite tradicional e isso é muito ruim ficar preso a um estilo ou uma técnica, o artista tem que estar sempre mudando e experimentando, e acho que sou assim. Tive muita influencia da Rua, acho que isso é uma característica da minha geração, gosto da possibilidade de sair das galerias, fazer acontecer sem depender de ninguém, só da sua atitude, e isso é a rua, gosto dos muros pichados, das texturas e das marcas do tempo e do acaso que a rua proporciona. A arte de rua tem a repetição de personagens no maior estilo Pop, isso também me influencia.

Quais são suas outras influências? Algum artista em particular?
Antonie Tápies foi um artista que me influenciou bastante desde quando fui a primeira vez para a Espanha, meu m
odo de pensar Arte e Rua se assemelha muito ao dele, fora ele posso falar de Cy Towmbly, Christopher Wool, Banksy e recentemente Tal R.

Percebi que você utiliza materiais diversos... Você tem fases (de pintar só telas, por exemplo, ou só trabalhar nos muros), ou é tudo ao mesmo tempo agora? há algum com o qual você se identifica mais?
Gosto de me arriscar, experimentar sair do convencional, estou sempre nessa busca, trabalho muito uns personagens em minhas telas, e eles sempre acabam indo para rua, das telas para Rua, acho que a tela fica pequena demais e eles (os personagens) sentem necessidade de sair.

Dentros os projetos / exposições que você participou, qual se destacou (no sentido de realização pessoal), e porque?
Teve o Peixe que pintei na fachada da Redley, foi uma realização devido a dificuldade técnica e a pressão que tinha. Outro grande projeto foi a realização do palco do Rio Moda Hype, pois tínhamos que transformar lixo em arte e em grandes dimensões, quando faço projetos para outros acho mais difícil, minha arte não tem a preocupação em agradar faço o que sinto.

Você já fez alguma parceria / trabalho comercial para alguma marca?Já, fiz trabalhos para Reserva, Foxton, Cantão, Animale, Redley, Ellus, mas sempre puxando o meu estilo e traço como artista - isso as marcas sempre respeitaram.

Fora a arte, há a Soul Seventy, certo? Há algum outro campo de trabalho no qual você atua?
Estamos fazendo a próxima coleção da
Soul Seventy e estou focado também na parceria com Peu Melo na Lphante e em trabalhos de ambientação.

Por favor, explique para os leitores do Cajon o que é a L'Phante. A galeria já abriu?
Lphante é um espaço aberto de arte contemporânea, criado para dar visibilidade a artistas novos, e a livre expressão, tendo 3 pilares principais: o site, a revista
impressa e a galeria, todos funcionando juntos. Queremos divulgar e abrir caminho e possibilidades para o Artista, influenciando as novas gerações, tornando mais fácil o acesso a produção contemporânea.

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