sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Tate Modern : Rodchenko & Popova



Para quem for a Londres até 17 de maio não pode perder a exposição que eu vi na Tate Modern sobre o construtivismo russo através dos trabalhos de Aleksandr Rodchenko e Liubov Popova.

A primeira sala começa com pinturas de 1917-18, da época da Revolução Bolchevique. Eles estavam na crista da onda da avant-garde russa. Os quadros eram bem... construtivistas (bem abstratos) – Rodchenko gostava de experimentar tintas diferentes e brincava com texturas.

Popova focava nas formas geométricas. Tinha um pintura de Rodchenko em fundo preto com formas geométricas coloridas (ao lado) que me lembrou o trabalho do artista Anthony Burrill que esta atualmente exposto na Colette e que o Lissandro falou aqui (como se Anthony estivesse fazendo uma releitura contemporânea do quadro do Rodchenko de 1920 – viajei!).

A exposição vai mostrando um desenvolvimento do trabalho deles usando outros materiais e a crescente preocupação com formas 3D. Ao entrar nos anos 20 eles deixaram a pintura completamente de lado. São LINDOS os móbilis que Rodchenko fez e que estavam pendurados no teto da Tate Modern – eu queria um!

Então começa a época em que eles começam a trabalhar com propaganda e publicidade – o trabalho pelo qual Rodchenko é mais conhecido, com as colagens e fotos preto e branco – e diversificam o trabalho para outras mídias.


Uma das coisas mais legais que aprendi é que os dois fizeram figurino para teatro. E Popova criou várias estampas para tecido, super gráficos, que o meu lado fashionista amou e queria agora! A exposição mostra também alguns poucos trabalhos de direção de arte e cenário para cinema (Rodchenko fez direção de arte para o filme ‘Moscow in October’ de 1927; desenhou o titulo de ‘Kino-Pravda’, e cenário para ‘The Female Journalist’ de 1927) – Popova fez mais trabalhos para teatro.

A mostra termina com uma recriação do ‘Worker’s Club’, um espaço criado por Rodchenko para a International Exhibition of Decorative Arts and Modern Industry, que aconteceu em Paris em 1925. Era um espaço de entretenimento onde pessoas seletas poderiam ler jornais e livros e jogar xadrez em moveis funcionais geométricos – os mesmos em que podemos interagir nesse ultimo quarto da Tate, inclusive jogar xadrez.

Clique aqui para ‘explorar’ a exposição, sala a sala, no site da Tate.

Um comentário:

Jorge Fortuna disse...

a imagem da foice e o martelo no anúncio da exposição é uma citação ao comunismo ou à autoria daquela imagem? fiquei com essa dúvida. importante para mim pois estou finalizando um artigo de especialização em ensino de arte para o trabalho. minha visita a exposição atualizou minha experiência no assunto, mas não gostaria de ser vago ao incluir a ilutração do símbolo comunista no corpo do texto, sem o crédito verídico. se puder esclarecer, serei grato. abç.