Durante a minha temporada em Londres, conheci a Fool House através de uma reportagem na revista ‘Culture’ do Sunday Times. A Fool House é um novo selo de gravadora,que trabalha com um conceito super
diferente. Eles não fazem discos completos de um só artista, apenas constroem compilações a partir de músicas de artistas, bandas e DJs que estão começando, incluindo regravações e versões remixadas. Então eles não assinam o artista, apenas a faixa, e cada álbum fica com uma identidade forte, como um ‘artistic statement’. Agora o mais interessante: eles só produzem 500 álbuns e somente em vinil!!! “no Cds. Cds are over”, diz a idealizadora na reportagem da ‘Culture’. As capas são feitas por amigos. A idéia é criar alguma coisa que a pessoa queira guardar durante 30 anos, que seja visualmente bonita e não apenas sonora.
O selo é administrado por uma menina, Hianta Cassam Chenai, e um menino de 20 anos que também é DJ, Guillaume Redhotcar. Ambos são franceses, ela mora em Londres e ele na França. Ambos escreviam para um blog de música (com outras 5 pessoas) chamado Fluokids. O blog começou em maio de 2005 e logo de 200 amigos eles passaram a ter 5000 hits por dia. A diferença é que eles não escrevem sobre música em si, mas sobre suas vidas e os sentimentos que afloram a partir da música - e o blog tem fotos lindas (vale dar uma olhada, principalmente quem entende francês). Um ano depois eles começaram com festas mensais que levavam essas bandas e DJs para boates de Paris. E daí começaram a gravadora em outubro passado.
Achei super interessante esse conceito de só fazer em vinil – é aquela tendência da memória, de resgatar as coisas do passado e dessa forma ser super atual. E são jovens de 20 anos que estão entrando com tudo nesse mercado de música que hoje está em decadência, que luta contra os downloads ilegais. Só que estando sintonizados com o que o é ‘cool’, eles acertaram direitinho. Vocês concordam?
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