domingo, 20 de abril de 2008

O luxo recupera o artesão?

Pra entender um pouco mais sobre o mercado de luxo vale a pena ler ‘The cult of the luxury brand‘ que nos decifra os códigos da explosão do consumo de bens de luxo na Ásia: altíssimo porcentagem de jovens que vivem com seus pais e dedicam seu salário a comprar luxo (94% das jovens japonesas têm um bolso de LV) e outros fatores sociais que contribuem a esse fenômeno, como a dificuldade de mostrar seu status social e econômico através de suas casas (que são caríssimas e diminutas; quase impossíveis).

Falando nisso, Newsweek saiu uma pequena nota muito reveladora: durante o mês de janeiro deste ano, as vendas de Rolex nos Estados Unidos subiram 11% com relação ao ano passado -e isso que há ameaça de crises( lembra do batom vermelho). Uma cifra que exagerada já que em teoria 4.000 pessoas no país são capazes de consertar e fazer a manutenção desses relógios (eram 44.000 nos anos 50). A marca suíça, que detecta uma nova demanda de artesãos relojoeiros, decidiu oferecer cursos em 10 universidades americanas e em oferecer formação a soldados que voltam da guerra como relojoeiros.

O curioso é que o esplendor do mercado do luxo possa oferecer uma recuperação dos ofícios artesanais. Isso pode estar apontando para um novo caminho de consumo onde em alguns anos, o comércio justo também será o do luxo. Pagaremos absurdo por bens fabricados por trabalhadores bem pagos e com isso contribuiremos à recuperação de ofícios dignos e especializados. (sapateiros, curtidores, relojoeiros).

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