sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Grande Sertão: Veredas

Inaugura hoje no MAM a instalação Grande Sertão: Veredas, criada pela arquiteta, cenógrafa e diretora teatral Bia Lessa. A exposição e toda feita por palavras, não existem fotos ou outro tipo de imagem.
Trechos do texto de Guimarães Rosa estão por toda parte da instalação, mas para ler e entender, será preciso colocar-se com o "olhar" da artista. Espalhados, montes de entulhos com frases aparentemente sem sentido, exigem que os visitantes subam em uma espécie de mirante para compreendê-las. Só do alto, com o auxílio de uma mira de metal, é possível ler a frase toda e reconhecer passagens da obra. O mesmo acontece com painéis de acrílico, com caracteres que não formam letras, e obriga o uso das miras para ai sim, entender o que esta escrito.
Além disso, o teto e revestido de "bandeiras" retangulares feitas de tecido, cada uma delas, pende uma fita com um número, que indica a página do livro que está sendo representada. Presas ao teto por uma roldana, as "bandeiras" descem à altura da visão quando o espectador puxa a fita. Dois saquinhos de terra recolhida na região de Minas, onde Rosa ambienta seu romance, servem de contrapeso para acionar a engenhoca. Também são usados sons como trote de cavalos e barulho de rios, que transportam o espectador para a região de Grande Sertão.
No final da instalação, trechos da leitura feita por Maria Bethânia das páginas finais de Grande sertão: veredas são executados no museu.
A instalação ja foi exposta no Museu da Lingua Portuguesa em SP, e foi vista por 550 mil pessoas.

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